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Excesso de peso aumenta risco de osteoartrite nos quadris


Apesar da idade ser o principal fator de risco, o sobrepeso a e obesidade podem antecipar o desgaste da articulação dos quadris





A osteoartrite é uma doença crônica que leva à degeneração progressiva das articulações do corpo humano. Estima-se que 12 milhões de brasileiros tenham osteoartrite, o que equivale a 6% da população adulta. A prevalência aumenta com a idade: depois dos 65 anos, 85% das pessoas apresentam evidência radiológica da doença.


Mas apesar da idade ser o principal fator de risco da osteoartrite, o excesso de peso pode acelerar o processo de degeneração das articulações. Isso quer dizer que pessoas com sobrepeso ou obesidade têm um risco aumentado de desenvolver a osteoartrite precocemente. Nesses casos, joelhos e quadris são as articulações mais afetadas.


Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em RPG e Pilates, a articulação do quadril é uma das maiores articulações de sustentação de peso do corpo, secundária apenas à articulação do joelho. “Quando a osteoartrite afeta os quadris, o impacto na mobilidade é bem grande e pode levar à incapacidade”.


Por que a articulação se degasta?


A articulação é uma estrutura que permite o movimento de dois ossos e os mantêm ligados por meio da cápsula articular. “Porém, para que os ossos unidos deslizem adequadamente um sobre o outro, a articulação é necessária a cartilagem articular. Esse tecido amortece o impacto entre os ossos, sendo fundamental para prevenir o desgaste da articulação”, explica Walkíria.


Outro componente importante da articulação é o líquido articular que funciona como uma espécie de lubrificante e reveste o interior da cápsula articular. A articulação também depende de músculos e tendões para realizar os movimentos de deslizes.


“A osteoartrose acontece quando a cartilagem se desgasta e surgem os chamados osteófitos, popularmente chamados de bico de papagaio. Essas duas condições levam a um atrito maior entre os ossos e podem causar a destruição total da cartilagem”, alerta a fisioterapeuta.


Dor é principal sintoma


A dor na região dos quadris é o principal sintoma da osteoartrite. “Os pacientes podem ter também problemas para andar. A dor costuma ser pior pela manhã e pode aparecer em diferentes locais como virilha, coxa, nádegas ou joelhos. Outra característica da osteoartrite é a rigidez articular, que também é pior pela manhã ou após longos períodos sem movimento,”, aponta a especialista.


Sintomas comuns da osteoartrite no quadril


  • Dor e rigidez que são piores pela manhã ou depois de se sentar ou descansar

  • Dor na virilha ou coxa que irradia para as nádegas ou joelhos

  • Dor que aumenta com atividade física vigorosa

  • Rigidez na articulação do quadril que dificulta andar ou flexionar o tronco

  • “Bloqueio” ou “aderência” da articulação e um ruído de trituração (crepitação) durante o movimento causado por fragmentos de cartilagem soltos e outros tecidos que interferem no movimento suave do quadril

  • Diminuição da amplitude de movimento no quadril que afeta a capacidade de andar e pode causar claudicação (a pessoa passa a “mancar” para compensar a dor e conseguir caminhar)


Primária e Secundária


A osteoartrite no quadril pode ser primária quando a causa exata não pode ser definida, é também chamada de idiopática. A secundária está ligada a má formações genéticas, traumas, lesões, doenças do metabolismo etc.


Menos dor e mais mobilidade


Os principais objetivos do tratamento da osteoartrite do quadril são reduzir a dor e melhorar a mobilidade. A fisioterapia é a base do tratamento na OA de quadril leve e precoce e visa fortalecer os músculos do quadril e melhorar a mobilidade articular.


A primeira etapa do tratamento é reduzir o quadro doloroso. Há diversos recursos que podem ser usados dentro da fisioterapia para alcançar esse objetivo, como aparelhos de eletroestimulação, aplicação de recursos térmicos, ultrassom etc.


“Após a melhora da dor, a fisioterapia é aplicada para melhorar a rigidez da articulação por meio de alongamentos e exercícios para aumentar a amplitude dos movimentos. É preciso também realizar exercícios para fortalecer os músculos ao redor da articulação do quadril. Isso é fundamental prevenir mais desgaste na articulação”, diz Walkíria.


Cuidados para quem tem problemas no quadril


Alguns pacientes podem ter indicação para usar órteses, como as bengalas ou andadores para reduzir o estresse nos quadris, dependendo do estágio da doença. Outro aspecto essencial é perder peso. Diversos estudos já comprovaram que a perda de peso reduz o impacto na articulação do quadril e retarda a perda da cartilagem. Os exercícios de alto impacto como corridas, jump ou qualquer outro esporte que exija torção dos quadris não são recomendados para quem já tem diagnóstico de osteoartrose no quadril. Uma dica é investir em calçados apropriados que consigam absorver o impacto dos movimentos nos quadris. Também podem ser recomendadas palmilhas para melhorar a biomecânica dos movimentos dos membros inferiores.


“Vale ressaltar que práticas esportivas são bem-vindas no tratamento da osteoartrose. Um programa de exercícios que não envolva atividades de alto impacto está associado à redução da dor. Entre essas atividades podemos citar o Pilates, treinos orientados de musculação, caminhadas leves e aulas de alongamento”, finaliza Walkíria.


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