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Fibromialgia e os benefícios da fisioterapia




A fibromialgia é uma síndrome de dor musculoesquelética crônica cuja origem está relacionada a problemas nos mecanismos de sensibilidade à dor do sistema nervoso central. A doença afeta 5% da população adulta, sendo quase 10 vezes mais prevalente nas mulheres que nos homens.


O principal sintoma é a dor crônica e difusa, ou seja, a pessoa sente dor no corpo todo. Em muitos casos, o paciente sente dificuldade em localizar os pontos de dor durante o exame clínico, por exemplo.


Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Saúde Postural e Dores Crônicas, além de ser uma dor difusa e crônica, cada paciente costuma descrever o caráter da dor de uma forma diferente.


“Alguns relatam que é uma pontada, outros que é uma dor em queimação ou ainda uma sensação de peso e cansaço. Outro queixa comum dos pacientes é que a dor costuma piorar com mudanças na temperatura, com esforços físicos ou ainda em momentos de estresse”.


Fibromialgia e depressão


As comorbidades são muito prevalentes nas pessoas com fibromialgia. A depressão, por exemplo, afeta de 30 a 50% dos pacientes.


“Alterações intestinais, enxaqueca, tontura, fadiga crônica, falta de memória, dificuldade de concentração e gastrite são outros sintomas e patologias que costumam ser mais prevalentes em pessoas com fibromialgia. Nos casos mais graves, é possível que a pessoa apresente incapacidade para realizar as atividades da vida diária”, conta Walkíria.

A fibromialgia também pode estar associada a doenças como infecções, diabetes, doenças reumáticas e distúrbios psiquiátricos ou neurológicos.


A origem pode estar no cérebro


A causa exata da fibromialgia ainda é desconhecida. Entretanto, a maioria dos estudos aponta que as pessoas que desenvolvem a doença tem alterações no processamento da dor no cérebro.


“Em geral, há disfunções nos neurotransmissores responsáveis pelo controle da dor, como a serotonina, a dopamina e os endocanabinoides, neurotransmissores fundamentais nos processos de regulação da dor. “Em outras palavras, as pessoas com essas alterações costumam ter um limiar de dor muito menor do que àquelas que não apresentam esses distúrbios nos neurotransmissores”, explica Walkíria.


Diagnóstico não envolve exames


Atualmente não há exames que possam comprovar a presença da fibromialgia. O médico segue critérios estabelecidos pelas sociedades médicas. “A dor precisa estar presente por mais de três meses em todo o corpo. Além disso, o médico analisa e verifica os chamados “pontos-gatilho”, que são pontos dolorosos. Ao todo são 18 e no diagnóstico é preciso encontrar 11 pontos”, explica a especialista.


Outro processo no diagnóstico da fibromialgia é descartar doenças que podem provocar a dor difusa. Nesses casos, o médico pode usar exames e outros recursos para ter certeza de que a dor não está relacionada a nenhuma outra patologia.


Fisioterapia é aliada no tratamento da fibromialgia


“Em relação ao tratamento, é importante dizer é preciso personalizar os recursos disponíveis de acordo com as necessidades de cada paciente. “Além de medicamentos que podem ajudar a controlar a dor, o uso da fisioterapia também é fundamental. O objetivo é reduzir o sofrimento, melhorar a funcionalidade e a autonomia. Tudo isso impacta diretamente na melhora da qualidade de vida”, comenta Walkíria.


“Como a dor é bastante difusa, ou seja, pode ser em diversos lugares do corpo, os recursos podem ser variados. Nos quadros de dor aguda podemos usar eletroterapia, laser, ultrassom e cinesioterapia. A médio prazo é recomendada a prática de atividades físicas, de intensidade leve e moderada”, conta a especialista.


“As atividades físicas mais intensas provocam uma piora do quadro inflamatório, algo que é preciso evitar quando se tem fibromialgia. O ideal é procurar exercícios que atuam na melhora da flexibilidade, alongamento, força muscular e estabilização das articulações. Treinos de musculação e Pilates são algumas práticas que podem beneficiar os pacientes”, segundo Walkíria.


“Por fim, a atividade física é importante para quem tem fibromialgia devido aos benefícios como melhorara da produção dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar, melhora do sono, dos sintomas depressivos, ansiosos e do estresse”, finaliza a especialista.

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