Hipercifose – Conheça as causas, sintomas e tratamento desse desvio da coluna
- clinicawalkiriabru
- há 10 horas
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Certamente, você já ouviu falar do filme “O corcunda de Notredame”, um clássico do cinema. O protagonista da história, Quasimodo, possui uma deformidade nas costas, a famosa “corcunda”. O que talvez você não saiba é que essa condição é a hipercifose, uma desvio importante na coluna, que pode causar diversos problemas.
Hoje, com a colaboração da fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Dores Crônicas, Saúde Postural, RPG, Pilates e Liberação Miofascial, vamos falar tudo que você precisa saber sobre a Hipercifose.
O que é cifose?
Antes de entender melhor o que é a hipercifose, precisamos conhecer a cifose, curvatura natural da coluna vertebral localizada na região torácica. Na verdade, a coluna tem várias curvaturas que são essenciais para os movimentos, sustentação do corpo, equilíbrio e para a absorção dos impactos. Desse modo, a cifose é uma delas.
O que é hipercifose?
Embora as curvaturas sejam essenciais para a saúde da coluna vertebral, algumas pessoas podem desenvolver curvaturas anormais, como a hipercifose. Na linguagem popular, a hipercifose é mais conhecida como “corcunda”.
A hipercifose pode levar ao desenvolvimento de dores, limitação de movimentos e outros impactos na saúde. Quando a deformidade é mais acentuada, pode até mesmo comprometer a respiração.
Quais são as causas e fatores de risco da hipercifose?
As causas da hipercifose são variadas. Vamos ver as principais causas abaixo.
Má postura prolongada;
Distúrbios do crescimento ósseo;
Fragilidade óssea (osteoporose);
Traumas vertebrais;
Infecções e inflamações;
Tumores;
Malformações congênitas;
Envelhecimento natural da coluna;
Doenças neuromusculares.
Agora, vamos falar um pouco mais sobre alguns tipo de hipercifose
1- Hipercifose resultante de problemas posturais
Muitos casos de hipercifose têm relação direta com problemas posturais. Esse tipo de hipercifose é mais comum em adolescentes e jovens adultos. Normalmente, hábitos como passar longas horas no celular, sentado ou em mobiliários sem ergonomia, como mesas da escola ou do trabalho, são os principais fatores que levam a um quadro desse desvio na coluna. Aliás, o uso excessivo do celular tem levado à hipercifose no pescoço, causando a chamada “corcunda de pescoço”.
2- Hipercifose estrutural
A cifose estrutural tem relação com alterações estruturais das vértebras. Os principais tipos são:
Doença de Scheuermann
Essa condição é uma hipercifose que atinge adolescentes, por volta dos 12 anos. Normalmente, acontece quando a parte da frente das vértebras não cresce tão rapidamente quanto a parte de trás. Como resultado, as vértebras assumem um formato anormal, causando uma hipercifose torácica importante. Entre os sintomas estão dor, cansaço muscular e progressão durante o estirão de crescimento.
Hipercifose congênita
Nesses casos, o bebê já nasce com malformação na coluna. Infelizmente, a forma congênita dessa deformidade na coluna costuma ser progressiva e demanda acompanhamento e tratamentos desde o nascimento.
Hipercifose pós-trauma
A hipercifose também pode ocorrer após quedas, acidentes ou fraturas vertebrais.
Hipercifose por infecções ou tumores
Processos infecciosos, como tuberculose óssea (mal de Pott), podem deformar as vértebras.
3. Hipercifose na vida adulta
Como qualquer outra parte do corpo humano, a coluna também passa por mudanças durante o processo natural do envelhecimento. Portanto, o próprio desgaste natural pode levar ao envelhecimento dos discos intervertebrais e articulações da coluna.
Para além disso, a Osteoporose é um fator de risco muito importante para o desenvolvimento da hipercifose em pessoas acima dos 60 anos, especialmente em mulheres na pós-menopausa. Nesse caso, as fraturas causadas pela osteoporose nas vértebras levam ao aumento da curvatura torácica, resultando na hipercifose.
Outra causa comum da hipercifose em adultos são as doenças reumatológicas, como a espondilite anquilosante, que pode causar arqueamento da coluna e rigidez.
O que uma pessoa com hipercifose sente
Os sintomas da hipercifose podem ser leves ou intensos, dependendo da gravidade da curvatura. Os sintomas mais comuns são:
Postura flexionada para frente;
Dor nas costas (geralmente torácica);
Cansaço muscular;
Rigidez nos movimentos da coluna;
Dificuldade para ficar e/ou permanecer ereto;
Dor que piora no final do dia;
Tensão no pescoço e ombros.
Sintomas em casos graves
Redução da capacidade respiratória;
Compressão de nervos da coluna;
Formigamentos;
Fraqueza muscular;
Perda de equilíbrio;
Diminuição da altura.
Diagnóstico da Hipercifose – O que você precisa saber
Normalmente, o diagnóstico da hipercifose é feito por um ortopedista ou um reumatologista. O médico observa vários detalhes no exame clínico, como a curvatura da coluna, a postura, além de fazer testes de flexibilidade. Nesse exame, o médico também avalia o nível da limitação funcional do paciente.
Para complementar o diagnóstico, o médico também pode solicitar exames de imagem, como raio-X, tomografia, ressonância magnética. Nos casos de osteoporose, uma densitometria óssea também pode ser necessária.
Como funciona o tratamento da hipercifose
O tratamento da hipercifose depende de vários fatores, como idade do paciente, grau da curvatura, bem como a causa da deformidade. Além disso, também depende da gravidade do quadro como um todo. Alguns medicamentos podem ajudar no controle da dor e da inflamação. Em casos muito severos, pode ser preciso realizar uma cirurgia.
Contudo, na maioria dos casos, a fisioterapia é a base do tratamento da hipercifose. Uma das técnicas mais usadas é a Reeducação Postural Global (RPG). Como em muitos casos a má postura é a causa da hipercifose, torna-se necessário corrigir isso. Adicionalmente, é crucial fortalecer a musculatura que sustenta a coluna, chamado de CORE. Os alongamentos também são importantes e devem fazer parte do plano terapêutico da hipercifose.
Vale esclarecer que em adolescentes, especialmente com a Doença de Scheuermann, pode haver a necessidade do uso de coletes ortopédicos.
Em relação ao prognóstico, quando a origem da hipercifose é postural, a fisioterapia, a correção e a mudança de hábitos podem melhorar bastante a condição. Contudo, nos casos mais severos é possível estabilizar a curvatura para impedir que ela piore. Ademais, quando a cifose está relacionada à osteoporose, é crucial tratar a perda óssea para não agravar a hipercifose, bem como para evitar fraturas nas vértebras.
É possível prevenir a hipercifose?
A maioria dos casos de hipercifose pode ser prevenida sim. O trabalho postural é imprescindível para evitar deformidades na coluna como um todo, inclusive na cifose. Portanto, é preciso procurar atividades que fortaleçam os músculos da coluna, bem como àquelas que ajudam a aumentar a consciência corporal. O Pilates, por exemplo, é excelente para essas situações. O mais importante é evitar, ao máximo, o sedentarismo.
Para além disso, no dia a dia é importante prestar atenção na ergonomia, seja em casa, na escola ou no trabalho. Portanto, investir em um mobiliário adequado, como cadeiras e mesas, é fundamental. Para além disso, é importante manter uma postura correta durante os estudos e o trabalho.
Os pais também devem ficar atentos à postura de crianças e adolescentes, pois nessa fase as deformidades nas curvaturas da coluna costumam ser importantes. Sendo assim, quanto antes forem corrigidas, melhor será o resultado. Aliás, nessa fase escolar também é preciso que os pais prestem atenção ao peso das mochilas escolares e no modo como são carregadas.
Por fim, o uso excessivo e prolongado do celular também pode agravar um quadro de hipercifose. Portanto, todas as pessoas que usam esses dispositivos devem estar cientes disso. A dica é evitar jogar o pescoço para frente, abaixando a cabeça, já que isso também acaba levando à flexão da coluna para frente. Sendo assim, reduzir o tempo de uso, dar pausas e manter uma boa postura ao usar o celular são medidas essenciais para reduzir o risco de desenvolver uma hipercifose torácica, bem como no pescoço.
Leia mais aqui sobre a corcunda de pescoço.
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Matéria produzida pela jornalista
Leda Maria Sangiorgio
MTB 30.714
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