Tratamento da bursite no quadril – Como a fisioterapia pode ajudar

clinicawalkiriabru
6 de ago.
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O tratamento da bursite no quadril, condição dolorosa que atinge principalmente mulheres, é conservador, na maioria dos casos. Portanto, o papel da fisioterapia é crucial para a reabilitação do paciente.

Para falar mais sobre o tratamento da bursite no quadril, hoje vamos entrevistar a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Dores Crônicas, Saúde Postural, Pilates e RPG.

Bursite no quadril atinge principalmente mulheres

Primeiramente, é importante entender um pouco melhor a bursite no quadril, nome popular da bursite trocantérica. Estima-se que a doença afeta 15% das mulheres e até 8,5% dos homens. “As principais causas são os esforços repetitivos, especialmente em pessoas que praticam esportes como ciclismo, corrida etc. Também vemos muitos pacientes que desenvolvem a bursite trocantérica devido ao encurtamento dos músculos laterais dos quadris e coxas”, explica Walkíria.

Em relação aos sintomas, sem dúvidas a dor é o mais importante. “A dor costuma se agravar em certos movimentos e posições. Sendo assim, o paciente pode sentir dor ao caminhar, ao cruzar as pernas, ao ficar longos períodos em pé, ao subir e descer escadas, ao se levantar de sofás e cadeiras, entre outras situações. Adicionalmente, deitar-se na hora de dormir sob o quadril afetado pode ser muito doloroso”, aponta a fisioterapeuta.

Esporte não é único fator de risco

“Apesar de a bursite de quadril afetar bastante praticantes de certos esportes, como corrida e ciclismo, há outros fatores de risco. Entre eles podemos citar a escoliose, assimetria do comprimento das pernas, enfraquecimento e encurtamento muscular, artrite reumatoide, traumas, cirurgias no quadril e ácido úrico elevado”, conta Walkíria.

“Em relação à origem da bursite, precisamos compreender um pouco melhor a anatomia. A bursa é como se fosse um saco que contém uma espécie de gelatina dentro. A principal função da bursa é amortecer o impacto entre os ossos e demais tecidos. Desse modo, a bursite trocantérica se desenvolve quando as bursas localizadas na parte de cima do fêmur inflamam”, diz a especialista.

Tratamento da bursite no quadril com fisioterapia é crucial para amenizar a dor

“Inicialmente, a bursite no quadril é tratada com recursos da fisioterapia e medicamentos para aliviar a dor. O primeiro passo é reduzir a inflamação e a dor. Para isso podemos usar ultrassom, laser, estimulação elétrica percutânea (TENS) e a termoterapia, que consiste no uso de calor e frio”, reforça a fisioterapeuta.

Após a melhora da dor e do quadro inflamatório, é fundamental fortalecer os músculos, corrigir encurtamentos, problemas posturais, assimetria de pernas e desvios na coluna. Adicionalmente, é imprescindível inserir no plano de tratamento alongamentos. Isso vai ajudar a melhorar a amplitude de movimento. Outro recurso que pode ajudar os pacientes com bursite de quadril é o Pilates”, ressalta Walkíria.

Finalmente, é muito importante identificar a causa da bursite no quadril, para prevenir novas crises. Caso a pessoa tenha desenvolvido devido a algum tipo de esporte, como a corrida, é preciso avaliar se será possível retomar a prática. Desse modo, essa avaliação serve para os demais esportes.

“Por outro lado, há pacientes que desenvolvem a bursite trocantérica por falta de atividade física. Ou seja, é preciso encontrar um equilíbrio e práticas esportivas adequadas para cada um, de forma individual. “O fortalecimento e o alongamento dos músculos que atuam nos movimentos dos quadris são cruciais para quem já teve um episódio da condição. Portanto, ao finalizar o tratamento, pode ser uma boa ideia iniciar aulas de Pilates, em conjunto com treinos de força”, finaliza Walkíria.

Aliviar os sintomas da bursite no quadril é o primeiro passo do tratamento

Na maioria dos casos, o tratamento da bursite no quadril é conservador. Em outras palavras, a abordagem terapêutica envolve o uso de medicamentos para combater a dor e reduzir a inflamação. Em paralelo, é importante iniciar as sessões de fisioterapia.

“Dentro dos recursos que usamos estão ultrassom, laser, estimulação elétrica percutânea (TENS) e a termoterapia, que consiste no uso de calor e frio. Contudo, na fase inicial, usa-se o frio para reduzir a inflamação. Quando a dor melhora, é crucial trabalhar o fortalecimento muscular, corrigir os encurtamentos, problemas de postura, bem como possíveis assimetrias nas pernas. Os alongamentos também são importantes para devolver ao paciente a amplitude de movimento”, ressalta Walkíria.

Pilates também contribui na melhora dos sintomas da bursite de quadril

Outro recurso da fisioterapia é o Pilates. “Em nossos atendimentos, usamos muito o Pilates, por se tratar de um método que trabalha a musculatura profunda, além de fortalecer os músculos que dão sustentação para a coluna. Isso é muito importante na recuperação da bursite no quadril”, aponta a fisioterapeuta.

“Finalmente, é comum que nossos pacientes, após o término do plano de tratamento, adotem o Pilates como uma atividade física regular. Isso não só traz inúmeros benefícios para a saúde de um modo global, como também ajuda a prevenir novos episódios de bursite no quadril”, finaliza Walkíria.

Confira abaixo alguns cuidados para prevenir ou evitar novos episódios de bursite no quadril:

Pratique uma atividade física regularmente: o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para diversos problemas de saúde, incluindo a bursite de quadril;
Mantenha um peso adequado, pois o excesso de peso sobrecarrega as articulações;
Se você já passou por uma bursite de quadril, evite esportes ou atividades que promovam esforços repetitivos, como corridas ou ciclismo;
Use calçados adequados, com bom amortecimento. Isso significa que chinelos, sandálias rasteirinhas e sapatilhas devem ser evitados por quem sofre com a bursite nos quadris;
Cuide dos níveis de ácido úrico e cálcio;
Evite cruzar as pernas ou sentar-se sobre as pernas;
Evite também dormir de lado, pelo menos durante as crises;
Invista em atividades de fortalecimento e alongamento da musculatura da região dos quadris e coxas.