Dores musculares aumentaram durante quarentena
Estudo apontou que a dor nos joelhos se agravou durante o isolamento
O corpo humano não foi feito para ficar parado. A atividade física é essencial para manter a saúde como um todo, principalmente a musculoesquelética. Porém, um estudo publicado no Knee surgery, sports traumatology, arthroscopy : official journal of the ESSK, apontou que a redução da atividade física na quarentena aumentou a dor e a perda da função articular nos joelhos, especialmente em pessoas com osteoartrite (OA).
A pesquisa mostrou que durante a quarentena, os pacientes com osteoartrite nos joelhos apresentaram uma deterioração mais rápida no escore de dor em comparação com àqueles atingidos pela doença no quadril, por exemplo.
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, o fato de ficar mais tempo sentado, por exemplo, pode piorar a dor nos joelhos. “A falta de movimentação é danosa para a osteoartrite. Mas, o que chama a atenção são pessoas que foram praticar corridas ou caminhadas para se manter ativas. Isso também aumentou a incidência de lesões ou dores, especialmente em pessoas sem preparo físico ou ainda naquelas em que esse tipo de exercício é contraindicado”, ressalta.
Coluna também sofreu
“Com o relaxamento de algumas medidas da quarentena na cidade de São Paulo, onde nossa clínica fica localizada, começamos a perceber um aumento de pessoas que procuram a fisioterapia devido a dores e desconfortos na coluna também. Além da redução drástica da mobilidade, muitas pessoas passaram a fazer home office sem uma estrutura adequada”, explica Walkíria.
Como nem todos possuem em casa um espaço adequado para uma estação de trabalho, foi preciso improvisar. “ Mas, o improviso é inimigo da ergonomia, fundamental para prevenir problemas na coluna, dores no pescoço, doenças por esforço repetitivo, entre outras patologias. Assim, a falta de espaço e de móveis adequados para trabalhar foram fatores decisivos para aumentar a incidência de dores e lesões na coluna”, explica Walkíria.
Sedentarismo forçado
Além da questão do home office inadequado, a população foi forçada a ficar em casa. Ou seja, de uma hora para outra, todos viraram sedentários. E os males do sedentarismo são bem conhecidos.
“Manter-se em movimento é fundamental para a saúde musculoesquelética. Entretanto, frente à pandemia, a redução da atividade física é compreensível. Agora, com algumas medidas de relaxamento, a recomendação é voltar aos poucos à rotina de exercícios para prevenir lesões”, recomenda a fisioterapeuta.
“Por último, quem ainda vai continuar a trabalhar em casa, deve investir numa estação de trabalho adequada, principalmente pensar numa cadeira com apoio para os braços e com regulagem de altura. Claro, lembrando de corrigir a postura e levantar a cada 50 minutos para alongar a coluna, braços e pernas”, finaliza Walkíria.
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