Diástase abdominal aumenta risco de hérnias ao longo da vida

A diástase abdominal ficou bastante conhecida depois que algumas celebridades, como a cantora Sandy, divulgaram que sofreram com esse problema após a gestação. Mas a diástase abdominal, condição caracterizada pela separação dos músculos retos abdominais, tem várias causas e pode afetar homens e mulheres.

Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Saúde Postural e Dores Crônicas, o músculo reto abdominal é um músculo longo e reto que preenche na vertical a parte anterior do abdômen. “O reto abdominal é o músculo que quando fortalecido tem a aparência de gominhos, popularmente chamada de “barriga tanquinho”. A separação dos retos abdominais ocorre quando o abdômen passa por um aumento de volume importante, como na gestação e em pessoas obesas”.

Estima-se que a diástase abdominal pode afetar até 5% das mulheres durante ou depois da gestação. O levantamento excessivo de peso, a predisposição genética e a perda súbita de peso também são fatores de risco para a separação do reto abdominal.

Diástase abdominal aumenta risco de hérnias

A diástase abdominal facilita o desenvolvimento das hérnias umbilicais e abdominais. Uma explicação mais simples da diástase é comparação a separação com um esgarçamento, um rasgo nas fibras musculares como se fosse um tecido se rasgando e suas fibras se afastando.

Além da aparência

A aparência de um “buraco vertical” no meio do abdômen é a principal característica da diástase abdominal. Entretanto, em casos mais severos a pessoa apresentar dificuldade para levantar objetos, dores nos quadris, nas costas e até na pelve, além de fraqueza e flacidez excessiva na barriga”, explica Walkíria.

Como é o tratamento da diástase abdominal

A diástase abdominal pode ser tratada por meio do fortalecimento da musculatura e outras técnicas da fisioterapia. Entretanto, o tipo de tratamento depende do grau de afastamento e da presença ou não de hérnia. Afastamentos maiores que 5 cm e desenvolvimento de hérnias têm indicação cirúrgica.

Pilates e treinos de força

O tratamento dos casos não cirúrgicos de diástase abdominal envolvem técnicas da fisioterapia, além de fortalecimento muscular.

“Em geral há uma falta de entendimento em relação ao fortalecimento dos músculos abdominais nos casos de diástase. É preciso trabalhar os músculos de forma coordenada. Além disso, o trabalho não é feito para aproximar as extremidades, pois isso só piora a condição. Por fim, trabalhamos bastante a respiração, pois o movimento de expulsão durante um abdominal pode agravar a diástase”, encerra Walkíria.

Prevenção

A prevenção da diástase abdominal passa por bons hábitos ao longo da vida, como manter o peso, praticar atividades que fortaleçam a musculatura abdominal, evitar carregar peso excessivo no dia a dia ou até mesmo durante treinos de força.

O Pilates é um método seguro para o fortalecimento de toda a cadeia muscular abdominal, que pode ser associado a treinos de musculação e outras atividades.