Alongamento favorece autonomia e qualidade de vida
Levante a mão quem nunca se alongou na vida? Entretanto, poucos sabem que para além daquela esticadinha aqui e acolá de vez em quando, o alongamento, quando feito como uma rotina e de forma correta, traz muito mais benefícios do que apenas “acordar” o corpo.
Geralmente conhecido por relaxar a tensão dos músculos, o alongamento também atua na melhora do funcionamento dos órgãos, postura e equilíbrio, circulação sanguínea, flexibilidade e amplitude dos movimentos, além de prevenir lesões, a sensação de fadiga, entre outras diversas vantagens.
Mas não é só isso: o alongamento também ajuda o cérebro a funcionar melhor, estimulando a serotonina e a sensação de bem-estar. E o melhor de tudo é que esta é uma atividade muito prazerosa e bastante democrática, podendo ser realizada em qualquer idade e sem a necessidade de equipamentos específicos - embora eles possam potencializar e facilitar os movimentos, especialmente para quem apresenta alguma dificuldade ou necessidade especial.
Segundo a fisioterapeuta Walkiria Brunetti, o alongamento pode ser realizado tanto de forma preventiva quanto para tratamentos de reabilitação, nestes casos em pessoas com disfunções neurológicas a exemplo de sequelas de espasticidade, comuns em que sofreu um AVC (derrame), algum tipo distonia e outros distúrbios do movimento, esclerose múltipla ou mesmo pessoas lesionadas e idosos que passam muito tempos acamados.
“Agir de forma preventiva, tendo o hábito do alongamento no dia a dia, é um grande aditivo para a saúde do corpo e da mente, dando suporte para que possamos enfrentar melhor doenças ou outras intercorrências. Porém, agir na reabilitação é condição essencial para que as funções possam ser estabilizadas da melhor forma. Isto vale não apenas para quadros de mobilidade, mas também de dor, que são favorecidos com a prática”, relata a fisioterapeuta.
Potencializando o alongamento com o Pilates
Embora o alongamento possa ser realizado em casa, quando se tem mais conhecimento das estruturas do corpo, bem como de suas funções e capacidades, melhores são as execuções dos exercícios e sua eficácia. Neste quesito, o suporte de uma fisioterapeuta faz toda a diferença.
“Não é uma técnica que costuma gerar problemas, mas não podemos excluir riscos em pessoas sedentárias ou com alguma disfunção já instalada, como um processo degenerativo de coluna. Um movimento errado pode gerar alguma complicação, e quando falamos especificamente em atividades de reabilitação, são aplicadas manobras individuais e por um tempo determinado, de modo que apenas um profissional tem o conhecimento para executá-las com segurança”, comenta Walkiria.
A supervisão profissional é essencial em quadros de recuperação de lesões, de doenças crônicas e com idosos em geral. A técnica também pode ser aliada ao pilates, com ou sem suporte de equipamentos.
“O pilates é uma atividade completa, porque agrega não apenas ao alongamento mas ao fortalecimento de todas as cadeias musculares. Em poucas sessões já são observados o ganho da consciência corporal, da segurança dos movimentos e do equilíbrio, fatores muito importantes para uma longevidade com mais autonomia e saúde”, destaca a especialista.
O método é adequado ao perfil de cada indivíduo e leva em consideração suas necessidades e possíveis limitações, sendo expandido gradativamente à medida em que se perceba evoluções.