.png){kind=small}
.png){kind=small}
O papel da fisioterapia na miastenia congênita
A fisioterapia é essencial para crianças com miastenia congênita e deve ser inserida de forma precoce. Mas, antes de falarmos mais sobre o tratamento fisioterapêutico, é importante entender melhor a doença.
As síndromes miastênicas congênitas são um grupo de diversas condições, causadas por alterações nos genes responsáveis pela transmissão dos sinais das células nervosas para os músculos. Atualmente, há mais de 30 tipos de miastenia congênita, embora todos tenham em comum a fraqueza muscular e a fadiga extrema após esforço. A idade de início, a gravidade dos sintomas apresentados e a distribuição da fraqueza muscular podem variar de um paciente para outro.
A miastenia congênita é uma doença rara, cuja prevalência varia de acordo com alguns critérios. Contudo, um estudo brasileiro apontou que a doença afeta 1,8 pessoa a cada 1 milhão. Outro estudo realizado no Brasil apontou que o tipo mais comum de miastenia congênita no país é a pós-sináptica. A mutação no gene CHRNE é de origem portuguesa, sendo responsável por cerca de um terço de todos os casos de miastenia congênita identificados no Brasil.
Conheça os principais tipos de miastenia congênita
O terminal nervoso motor contém pequenas vesículas preenchidas pelo neurotransmissor, acetilcolina, que atua como um “mensageiro” químico, que envia instruções para a contração dos músculos. Os movimentos voluntários, como levantar o braço, caminhar e mastigar, dependem da comunicação entre os músculos e os nervos, mediada pela acetilcolina.
As mutações genéticas que causam a miastenia congênita podem ocorrer em diferentes locais da junção neuromuscular. Por isto, a doença é classificada em diferentes tipos, como:
Pré-sináptica
A miastenia congênita pré-sináptica é caracterizada pela liberação insuficiente da acetilcolina. Geralmente, se manifesta no início da infância, com apneia episódica, fraqueza dos músculos faciais, bem como dos músculos envolvidos na deglutição e na fala.
Pós-sináptico – deficiência do receptor ACh, SMC de canal rápido
Este tipo de miastenia é causado por receptores de acetilcolina ausentes ou que não permanecem abertos por tempo suficiente. Seus sintomas variam de leves a graves. Em bebês, pode causar fraqueza extrema, problemas respiratórios, dificuldades alimentares e atraso nos marcos motores como sentar-se, engatinhar e andar. Os casos de início na infância e na idade adulta costumam causar queda palpebral e fadiga, mas geralmente não interferem na vida diária.
Pós-sináptico – SMC de canal lento
Este tipo é causado por receptores de acetilcolina que permanecem abertos por muito tempo. Os casos de início infantil podem resultar em fraqueza extrema, muitas vezes levando à perda de mobilidade e problemas respiratórios na adolescência.
SMC sináptico
Este tipo é causado pela deficiência de acetilcolinesterase, uma enzima que decompõe a acetilcolina. Resulta em fraqueza extrema com dificuldades alimentares e respiratórias, desde o nascimento ou na primeira infância. A fraqueza também causa atrasos nos marcos motores e muitas vezes leva à redução da mobilidade e à escoliose (curvatura da coluna).
Intervenção Precoce é crucial para crianças com miastenia congênita
A miastenia congênita está presente desde o nascimento. Contudo, os sintomas podem se manifestar em qualquer fase, desde a infância até a vida adulta. Quando a condição é diagnosticada na infância, é importante iniciar os tratamentos assim que possível.
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em fisioterapia voltada para doenças neurológicas, Saúde Postural, Dores Crônicas e Pilates, quando a miastenia se manifesta na infância, o ideal é elaborar um plano terapêutico para assegurar o desenvolvimento motor da criança. “Do nascimento até por volta dos dois anos de idade, a neuroplasticidade, capacidade do cérebro em criar conexões neurais, é imensa e maior do que em qualquer outra fase da vida. Por este motivo, quando iniciamos a fisioterapia precocemente, podemos obter melhores resultados”.
“O nosso foco é o fortalecimento muscular e redução da fadiga crônica, decorrentes da miastenia. Podemos usar diversas técnicas, incluindo o método Bobath. Trata-se de um método neuroevolutivo, que segue as etapas do desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Nas sessões, usamos inúmeros recursos, como bolas, rolos e outros acessórios, bem como realizamos manipulações ativas e passivas. Com isto, conseguimos fortalecer e tonificar a musculatura, por exemplo”, explica Walkíria.
“A fisioterapia é um processo contínuo para as crianças com miastenia congênita. Ao longo do tempo, oferecemos vários estímulos para manter a força muscular, mas sempre respeitando o limite de cada criança, para não fatigar a musculatura. Outro aspecto importante é que a medida em que a criança cresce, precisamos deixar as sessões mais lúdicas para aumentar e manter o interesse nas atividades”, comenta a especialista.
“Por fim, além da parte motora, a criança pode precisar de estímulos em outras áreas do desenvolvimento e em outras especialidades, como fonoaudiologia, terapia ocupacional, oftalmologia e neurologia. “Vale reforçar que quanto antes as terapias começarem, melhores serão os resultados para o desenvolvimento global da criança”, finaliza Walkíria.
Vale lembrar que hoje existem alguns tratamentos medicamentosos que ajudam a amenizar sintomas e melhoram a qualidade de vida de crianças com a miastenia congênita.
Onde encontrar tratamento fisioterápico para Miastenia Congênita ?
A clínica Walkíria Brunetti – Fisioterapia e Pilates fica localizada no bairro do Campo Belo, zona sul da cidade de São Paulo.
O espaço da clínica é amplo e conta a experiência de mais de 30 anos da fisioterapeuta Walkíria Brunetti no tratamento de condições neuromusculares, especialmente em bebês e em crianças.
Para mais informações, entre em contato pelo telefone ou WhatsApp
Tel. (11) 5041 – 7140
WhatsApp (11) 99121 - 9670
Siga nosso Instagram
Encontre-nos no Google Maps – Veja como chegar
