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Celular prejudica mãos, ombros, braços e pescoço, segundo estudo


celular prejudica mãos e outras partes do corpo


Você sabia que há mais celulares do que pessoas no Brasil? Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), há 480 milhões de celulares no Brasil, enquanto a população é estimada em 216 milhões. Hoje, é praticamente impossível viver sem um celular, seja para uso profissional, pessoal, bem como para resolver atividades bancárias, financeiras etc.


Apesar das facilidades que o celular traz, o uso excessivo pode causar diversos problemas musculoesqueléticos, principalmente no pescoço, ombros, mãos, dedo polegar e braços. Essa foi a conclusão de uma meta-análise, que envolveu a revisão de mais de 11 estudos.


Para esclarecer como o celular prejudica a saúde musculoesquelética, hoje vamos entrevistar a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Saúde Postural, Dores Crônicas e Pilates.


Entenda por que o celular prejudica mãos e outras partes do corpo


Posturas ao usar o celular alteram a biomecânica do sistema musculoesquelético

De acordo com Walkíria, durante o uso do celular a maioria da população adota posturas inadequadas. Além disso, o tempo gasto nos dispositivos eletrônicos também aumenta o risco de desenvolver problemas osteomusculares.


“Geralmente, a postura típica ao usar celulares ou outros dispositivos portáteis envolve segurar o aparelho com uma ou com as duas mãos, abaixo do nível dos olhos. Além disso, é comum jogar a cabeça para frente e usar bastante o dedo polegar para digitar. Sendo assim, esse padrão postural, mantido por longos períodos, sobrecarrega as mãos, dedos polegares, punhos, ombros e a região cervical”, explica a especialista.


“Para além da sobrecarga, temos os movimentos repetitivos dos dedos das mãos, principalmente do polegar. Portanto, a somatória desses fatores pode resultar em diversos problemas, como tendinites e tenossinovites nas mãos, dedo polegar e nos punhos. Já nos ombros, a pessoa pode desenvolver tendinites e bursites”, aponta Walkíria.


No pescoço, o risco é desenvolver uma hérnia de disco cervical. Outro problema comum é o desenvolvimento da cefaleia cervicogênica, associada à flexão do pescoço para frente durante o uso do celular”, alerta Walkíria.


Pescoço de texto


“Outra condição que tem sido bastante frequente é o neck text” (pescoço de texto). O paciente apresenta bastante rigidez nos ombros, dores de cabeça frequentes, dores na mandíbula, braço e antebraço. Tudo isso ocorre quando o tempo gasto no celular é excessivo e realizado em posturas em que o pescoço fica inclinado para frente”, conta a especialista.


Leia mais sobre o pescoço de texto aqui.


Já ouviu falar da "Whatsappinite"?


Há muito tempo já é de conhecimento de todos que o celular prejudica as mãos, entre outras partes dos membros superiores e região cervical. Mas, isso ficou mais do que provado em 2014, quando uma médica espanhola tratou uma pacientem que, após ficar mais de 6 horas usando o celular, desenvolveu dores intensas nas mãos, especialmente no dedo polegar.


A médica escreveu um artigo, que foi publicado no The Lancet, um importante periódico científico e chamou o problema de WhatsAppinite. O termo foi usado para definir os sintomas nos tendões e articulações das mãos, causados pelo uso excessivo e por tempo prolongando do celular.


“Na verdade, essa movimentação incessante dos dedos ao operar o smartphone pode danificar o músculo do polegar, causando a chamada tenossinovite – inflamação da membrana sinovial que contorna o tendão, especialmente no dedão das mãos. Além disso, a WhatsAppinite causada pela digitação excessiva também engloba sinais clássicos de dores na região do pulso, que podem se transformar em problemas maiores, como a Síndrome do Túnel do Carpo, artrites e até tendinite nos dedos”, comenta Walkíria.

 

Diagnóstico e tratamento


O tratamento da maioria dos problemas musculoesqueléticos, decorrentes do uso de dispositivos eletrônicos, é conservador. Ou seja, são adotadas abordagens medicamentosas, para controlar a dor, em conjunto com técnicas da fisioterapia.


“Na nossa abordagem, podemos usar várias técnicas, inclusive para alívio da dor. Além disso, também precisamos reeducar o paciente em relação à postura. Para essa finalidade, podemos usar a Reeducação Postural Global (RPG) e Cadeias Musculares, sendo que ambas as técnicas ajudam no alongamento global do paciente”, diz Walkíria.


“Adicionalmente, é importante realizar o fortalecimento dos grupos musculares, de acordo com a doença que o paciente desenvolveu. Normalmente, é importante trabalhar todo os grupos musculares dos membros superiores, bem como os músculos dos ombros e da região cervical”, complementa a fisioterapeuta. Entretanto, para além do tratamento, é crucial que o paciente mude seus hábitos para evitar novas crises.


Veja algumas dicas


  • Sempre leve o celular na altura dos olhos e evite flexionar o pescoço para baixo. Quanto maior a inclinação, maior será a sobrecarga e o risco de desenvolver problemas na região cervical;

  • Aproveite os recursos de voz do celular para descansar as mãos. Ou seja, envie áudios em vez de digitar, use ferramentas de transcrição, entre outras possibilidades;

  • Uma posição adequada para usar o celular, especialmente se for por muito tempo, é sentar-se e apoiar os braços nas laterais da cadeira, sofá ou poltrona. Para deixar ainda mais confortável, você pode colocar almofadas ou outro apoio, de modo que o celular fique na altura dos olhos;

  • Caso precise usar o celular por muito tempo, procure fazer pausas a cada 20 minutos e, nesse tempo, aproveite para alongar mãos, dedos, punhos, braços e ombros;

  • O ideal é procurar um fisioterapeuta que possa passar exercícios para fortalecer os punhos e mãos. Mas, há dois movimentos que podem ser feitos em casa. Um deles é usar aquelas bolinhas próprias para apertar e soltar, chamadas de “toning ball”. Outro exercício é pegar um elástico de cabelo, colocar no polegar, dedo anelar e dedo médio, abrindo e fechando. Depois, repita o movimento com todos os dedos.

 

Conclusão


A tecnologia é boa, mas tudo é uma questão de bom senso e equilíbrio. Outro aspecto importante é possuir uma boa consciência corporal, pois isso ajuda a educar o paciente sobre a postura e corrigi-la, quando for preciso. Claro, que também é importante fazer um detox digital, ou seja, procurar equilibrar o tempo gasto no celular com outras atividades, como praticar atividades físicas, ler, praticar um hobbie, cozinhar e aprender coisas novas”, finaliza Walkíria.

 

A Clínica Walkíria Brunetti – Fisioterapia e Pilates está localizada no Campo Belo, zona sul da cidade de São Paulo.

 

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Matéria produzida pela jornalista

Leda Maria Sangiorgio

MTB 30.714

É expressamente proibida a cópia parcial ou total do material, sob pena da Lei de Direitos Autorais, número 10.695.  

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