Estudo revela benefícios do Pilates em pessoas dores crônicas
Cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com a osteoartrite
A dor lombar crônica atinge entre 4,2% a 15% da população
Muitos estudos já mostraram os benefícios do Pilates. Porém, a novidade é que um estudo, que acaba de ser publicado no jornal científico Musculoskeletal Care, foi o primeiro a analisar as percepções individuais e o impacto do Pilates no dia a dia de pessoas com osteoartrite e dor lombar crônica, duas das mais prevalentes condições musculoesqueléticas em todo o mundo.
A conclusão do estudo foi o Pilates permite um gerenciamento mais eficaz das patologias, redução da dor, assim como traz maior autonomia, benefícios psicológicos e sociais, sendo que todos os aspectos percebidos pelos participantes são fatores-chave para motivá-los a adotar um estilo de vida mais saudável e dar continuidade nas aulas de Pilates.
Como foi feito o estudo
Os pesquisadores usaram a abordagem qualitativa, por meio de grupos focais. “Os principais objetivos desse formato de pesquisa são obter várias perspectivas sobre o mesmo tópico, examinar comportamentos e experiências, assim como avaliar a interação social e a sinergia do grupo”, explica a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Pilates.
Ao todo participaram 22 pessoas, com média de idade de 57 anos, incluídos em um programa de 12 semanas de aulas de Pilates. As aulas foram feitas em três clínicas de fisioterapia, no noroeste da Inglaterra. Os pesquisadores avaliaram cinco tópicos: melhora das condições físicas; melhora do estilo de vida; benefícios psicossociais; aumento ou gerenciamento da autonomia e motivação.
Aumento da força foi aspecto mais importante
“Sobre os aspectos físicos, a maioria dos participantes sentiu aumento da força, não só nas aulas, como também nas atividades cotidianas. Muitos ficaram surpresos ao perceberem que o Pilates pode devolver a força perdida pelo processo natural do envelhecimento”, cita Walkíria. Essa percepção da melhora considerável da força foi importante para motivar o grupo a dar continuidade nas aulas de Pilates, depois do término do estudo.
Retomada de hobbies
A maioria dos participantes sentiu que o Pilates contribuiu para a realização das atividades diárias, melhorou a postura e, consequentemente, houve redução da dor durante a jornada de trabalho, por exemplo. Outro ponto interessante, é que os participantes mais velhos conseguiram retomar alguns hobbies, como jogar golfe, graças à melhora da flexibilidade, equilíbrio e força. “Nesse item ficou claro que o fator-chave para continuar uma atividade física foi a melhora do condicionamento físico, que se torna indispensável para quem tem uma doença crônica”, ressalta Walkíria.
Mente sã
A pesquisa corroborou outros estudos que já comprovaram que o Pilates traz benefícios para a saúde mental. “Os participantes relataram que durante e após as aulas, tinham uma sensação de bem-estar e alívio do estresse. Além disso, relataram que a concentração necessária para a prática ajudava a acalmar a mente das preocupações, além do benefício da socialização”, diz Walkíria.
Autonomia e Gerenciamento da Dor
Cerca de metade dos participantes relatou redução significativa da dor, sendo que outros atingiram alívio por completo. Além disso, outra parte do grupo percebeu que o Pilates reduziu a necessidade de fazer sessões regulares de fisioterapia, usando o recurso apenas em momentos mais agudos da dor. “Outro ponto citado foi que o método pode ser aplicado de maneira individual, respeitando as limitações físicas e as necessidades de cada paciente”, comenta Walkíria.
Motivação
Todos os participantes concordaram que para manter os benefícios sentidos durante a pesquisa, era preciso dar continuidade ao programa de Pilates, de forma regular.
“Esse estudo foi importante, porque a partir das opiniões e comportamentos dos participantes, foi possível perceber que o Pilates pode ser um importante recurso terapêutico no gerenciamento de doenças musculoesqueléticas crônicas. Outro aspecto é que os próprios benefícios sentidos pelos participantes, acabaram sendo a força motivadora para dar continuidade à prática, assim como para adotar um estilo de vida mais saudável”, conclui Walkíria.